
Eu e a Ana (perdão, Filipa) descobrimos os nossos dois pratos favoritos no quarto do hotel: Shahi Panner (uma espécie de tofu com molho cremoso) e Dhal Makhani (lentilhas com caril). Reparem no ar deliciado.
AKA Kronicas de Karnataka, agora também focado em outras realidades geográficas


Não resisti, hehe...
Aqui temos o alemão, Andy, na mais plena pose budista, cercado pela natureza.
O resto do gangue de Rishikesh: de pé está o Aya (Israel) e o Yanis (Alemanha). Sentados estão o Andy (Al.), e a Yael e a Aya (Is.). Entre as israelitas e alemães, podem imaginar o tipo de conversa que ouvimos. O melhor de tudo foi quando o Yanis, alemão, atirou a Yael, israelita, para dentro de água pela vigésima vez, e ela sai-se com esta tirada hilariante: "Sim, é isso, mata o judeu!"---ninguém conseguia parar de rir!
Banhado pelo rio Ganges, Rishikesh é um sítio abençoado pelas suas águas, e pelas belas praias fluviais que povoam uma das margens do rio.
Conhecemos várias pessoas maravilhosas em Rishikesh, e entre elas estavam o Joss e o Leroy, de Inglaterra, que nos mostraram a cidade e que estavam connosco quando conhecemos este saddhu, com quem passámos a tarde a fumar e a conversar numa das praias.
Não há dois sem três, e com o Joss e o Leroy andava sempre o Stevie. Cá está esse australiano maluco (como se não fossem todos...), que decidiu que deixar um indiano limpar-lhe o canal auditivo no meio da praia era uma ideia perfeitamente aceitável- reparem no pormenor da caixinha de trabalho do menino: "Best ear cleaning", ou "A melhor limpeza de ouvidos".
A Ana e o saddhu, que era absolutamente adorável--- e minúsculo!
Uma típica cena de preparação para a entrada no Ganges.
Pelos ponteiros do relógio: Stevie, Leroy, Joss, Ana e yours truly.
Poucos quilómetros a norte de Rishikesh enconcontrámos cataratas lindas, perdidas no meio de um monte. Claro que não resistimos a um mergulhinho...
O caminho para as cascatas era íngreme e abandonado, mas felizmente tínhamos os rapazes para acompanhar as damas nas caminhada. A verdade é que provavelmente não poderíamos ter ido sozinhas... Thanks, boys!
Kempe Gowda foi o primeiro prefeito da cidade, e em termos praticos, o responsavel pela sua criacao. Nao ha na cidade ninguem que esteja presente em mais nomes de ruas, cafes e restaurantes, e que mereca tanto respeito - Excepto Gandhiji, claro! A estatua fica mesmo abaixo deste monte (havia uma imagem, mas apaguei-a se querer, e agora nao tenho a foto comigo... eh a vida...


Ao lado ficam os adultos, a meditar e a fumar cigarros, o que pelos vistos nao eh de todo mutualmente exclusivo...
Todos os deuses hindus tem uma montada, ou seja, um meio de transporte animal ou vegetal. No caso de Vishnu, essa montada eh Nandi, o deus touro (que eh, alias, a unica montada que foi promovida a deus--Nandi rocks!). Eh dos meus preferidos, juntamente com Ganesh, o deus elefante. Sim, pronto adooro animais, toda a gente ja sabe, e tal...
Em quase todos os templos ha uma zona com as divindades paleoliticas, aquelas cujas primeiras representacoes datam de varios milhares de anos antes de Cristo, e que se baseiam nos elementos: Indra eh o deus da agua, Igni o deus do fogo, e assim por diante. Alem destes, temos os deuses que representam os planetas do sistema solar e que deram origem aos nomes dos dias da semana em hindu (faz-me lembrar qualquer coisa...) Os deuses dos dias da semana sao colocados em circulo, de frente uns para os outros, em representacao da natureza ciclica do tempo. E ca estao eles:
A primeira pessoa (e única, parece-me) a fazer anos na Índia foi a Diana, e fomos todos jantar fora nesse dia de festa. Claro que tava tudo podre do trabalho, e acabámos a noite todos encostados uns aos, já meio a dormir. Claro que o Burras, a Ana e eu somos os mais sornas de sempre, pra variar...roooonc!
Chegámos a Kolar, uma zona nos arredores de Bangalore, no sul da província de Karnataka. O objectivo era fazermos trekking, o que para nós significava algo como andar de um lado para o outro por zonas rurais. Ainda certos de que era isto que íamos fazer, andávamos alegremente pela área, observando os habitantes e o cenário. Aqui temos uma aldeia muçulmana, isolada do mundo exterior, e onde se vive em casas esculpidas na rocha... É o sossego.
Perto dali, uma pastora de cabras, esta já hindú, sai da sua aldeia e leva os bichinhos para pastar. Os filhos seguem-na, autênticas crianças dos campos, tão pouco habituadas a pessoas de fora que se escondem atrás do colorido sari mãe assim que nos vêem.
Pouco depois apercebemo-nos da magnitude da aventura. O objectivo afinal era andar a escalar rochas do tamanho de pequenos prédios, passando por fissuras que pareciam não ter fim, e tudo com a ajuda de... nada! Ou como dizia o guia: "Vocês têm o vosso corpo, para quê material de escalada? Confiem nas vossas pernas, vá!" E nós lá fomos, doze bichos citadinos, já de si pouco habituados ao mato, e absolutamente desconhecedores de algo que se assemelhe ao que, pelos vistos, chamam de trekking.
Aqui estamos já cansados, assustados e esfolados (mais um cicatriz para a minha maravilhosa colecção), mas ainda a escalar. Reparem na parte de cima da foto: o Carlos (de amarelo) e a Dânia (de branco) ainda vêm a descer a parede de pedregulhos. Cá em baixo está o Pedro, eu, a Ana e o Burras, a tentar fingir que fazemos aquilo tudo nas calmas, enquanto posamos para a foto.
Super-Mariana, em pleno voo, a saltar (com a ajuda do Dev - o guia- e o Burras) uma das tais fissuras intermináveis e assustadoras com que nos deparávamos a cada passo. Houve pessoal a tremer que nem varas verdes, a suar em feio e a jurar p'ra nunca mais, já com a lagriminha no canto do olho... That's when we separate the boys from the men...
O grupinho maravilha tinha acabado a primeira fase da escalada, e estava pronto para acabar a aventura, e por isso tirava a foto da praxe, aquela que diz "Ufa, finalmente acabámos", mas claro que aquilo ainda estava mal a começar. De cima pra baixo e começando pelo amarelinho: Carlos, Dani, Joana, Ana, Mariana, Burras, Pedro V, Pedro C, Khristina, Diana, Cristina, João, Dânia e Raquel.
Eu estava nas sete quintas, a adorar cada momento daquilo, a saborear cada a ataque de pânico e a tirar uma fotografia mental de cada rocha que me esfolou o cotovelo. Amei a sensação de liberdade e adrenalina, e repetia a experiência todos os fins-de-semana, se pudesse. E ainda ajudei todas as raparigas e um dos rapazes a atravessar as zonas mais complicadas... Cause I'm a Wo-man...


Acabada a aventura geológica, começa a aventura social. De volta ao autocarro que nos levaria a casa, passámos por mais umas quantas zonas rurais, cujas cores e cheiros nos encantaram, como sempre. Primeiro fomos acolhidos por um agricultor que nos ofereceu feijão verde acabado de colher, e que se comeu cru, na falta de sítio pra cozinhar, e não querendo insultar o senhor...e não é que sabia muito bem?