Como puderam ver nos posts anteriores, nós gostamos muito de tirar fotografias aos locals, pois achamo-los bonitos, interessantes e exóticos. O mesmo se aplica a nós. Os indianos ficam fascinados com os ocidentais, e pedem-nos para tirar fotografias com eles sempre que podem. E nós acedemos sempre, à excepção das poucas vezes em que homens manhosos se aproximaram com sorrisos sebosos a pedir fotos com as meninas.
Uma das coisas mais fascinantes da Índia, e particularmente de Goa, é a coexistência pacífica dos vários cultos. Ao contrário da maior parte das religiões, o hindísmo é abrangente e inclusivo, e aceita os profetas das outras religiões como manifestações dos seus próprios deuses. Aqui temos um exemplo flagrante. Estava a chover lá fora, e uma senhora aproximou-se a oferecer-nos a sua casa como abrigo. Pássamos lá quase uma hora, a brincar com as crianças e a observar cada canto e recanto da casa. Na sala de estar, no centro da parede, estavam estas duas imagens: Jesus Cristo de um lado, e o Senhor Shiva do outro. Reparem na semelhança de posições, principalmente a colocação das mãos! É o que já se sabe: religiões à parte, a base da espiritualidade humana é sempre a mesma, seja qual for o nome que se dá a Deus.
A imponência das árvores centenárias é um dos cenários mais recorrentes de Goa, uma província extremamente verde.
A imponência das árvores centenárias é um dos cenários mais recorrentes de Goa, uma província extremamente verde.
As crianças indianas são absolutamente irresistíveis, com os seus olhos enormes, curiosos e doces. Fascinados pelos ocidentais, adoram posar para as nossas fotos, que depois pedem para ver. Entre sorrisos e risinhos contagiantes, vêem a própria cara no ecrã, e voltam a colocar-se em pose, à espera do próximo flash.
Aqui sentimos a presença conquistadora de Portugal como em mais nenhum sítio. A experiência em Goa foi bastante diferente das outras colónias, e o trauma da colonização parece não existir neste pequeno pedaço de paraíso. Assim, não temos como não sentir orgulho naquilo que deixámos para trás. Além disso, é como estar num filme, e se fecharmos os olhos aos indianos que passam, já vestidos com roupas turísticas e ocidentais, podemos imaginar os conquistadores da Índia, desbravando a terra dos deuses selvagens.
Cada vez mais inveja... Da boa, claro!
ResponderEliminarAdoro que estejas a usar isto "como deve ser", temi que no meio de tanta coisa para ver, para fazer e para sentir te esquecesses de contar. E adoro também a maneira como contas, quase dá para sentir. No fundo, adoro mesmo é "tu".
Buuuuuuua....Cada vez mais saudades!
subscrevo o que a nossa Phibs diz, tudo.
ResponderEliminarmiss you lots, babe
ps. tb subscrevo a parte da "inveja... boa, claro" :D love you!